segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A História do Anel de Noivado




Símbolo do eterno, do ilimitado, assim é descrita essa peça de adorno desde os mais remotos tempos da humanidade.

Entre gregos e romanos o direito de usar o Anel era concedido apenas aos cidadãos beneméritos, o metal empregado era o ferro.

Os sacerdotes de Júpiter podiam usar anéis de ouro, era o Anel Pastoral.

O Anel fez-se presente em diversas épocas e situações da história do homem. Podemos relembrar o legendário anel com selo de Salomão, a estrela de seis pontas, utilizado para afastar o mal. No ano de 350 a.C. Aristóteles menciona um oráculo que utilizava o tilintar sincronizado de dois anéis presos a fios, indicando o momento propício a uma determinada ação. O mesmo filósofo mencionou o fato dos cartagineses oferecerem anéis aos seus oficiais a cada vitória alcançada, reforçando aí a imagem de nobreza que cerca o Anel desde os tempos mais antigos.
Sinal de grande honra é o recebimento de um anel do príncipe ou nobre por um subalterno.
No ano de 330 d.C., no período do imperador Valentiniano, anéis eram pendurados sobre uma mesa que continha o alfabeto. Ao tocar determinadas letras eles revelavam o nome daquele que conspirava contra o imperador.
Da era paleocristã (400 d.C.) temos os anéis adornados com peixes, pombos e âncoras, remetendo aos símbolos da doutrina religiosa.
O anel do Papa, "o Anel do Pescador", apresenta a imagem do apóstolo Pedro pescando com uma rede. Esse anel é quebrado após a morte do Papa, para que não seja usado por mais ninguém.
As ligações do Anel com o Esotérico sempre foram muito intensas. Ao utilizar pedras preciosas, os anéis podiam atuar como amuletos, elementos curativos, protetores, entre outros. No momento da morte o anel era retirado do indivíduo para facilitar seu desligamento do mundo material.
Na Literatura Ocultista encontramos pequenas "receitas" de como fabricar todos os gêneros de anéis capazes de fornecer poderes ocultos. Anéis quebrados simbolizam promessas rompidas. A perda do anel anuncia uma tragédia.
Mas além de bonito e esotérico o anel mostrou-se também uma peça de grande utilidade ao homem. Lembremos do Anel de Sinete, geralmente herdado. Seus símbolos heráldicos possibilitam a autenticação de documentos importantes, além de reivindicar propriedades. Em muitos desses anéis os brasões têm símbolos que remetem à honra, fidelidade, firmeza entre outros.
Aliança: o Anel que une duas pessoas.
O anel como símbolo de noivado e matrimônio surgiu entre os gregos e romanos importado do costume hindu de usar um anel de casamento. A cultura romana acreditava que pelo quarto dedo da mão esquerda passava uma veia que estava diretamente ligada ao coração, por isso este foi o dedo escolhido para o uso da aliança, costume que perdura até os nossos dias.
A princípio a Aliança foi vista como um "certificado" da compra da noiva e também servia como aviso a outros pretendentes de que ela já não estava mais disponível. Um verdadeiro letreiro de "vendida". Aliás a palavra inglesa wed (casar) origina-se do termo anglo-saxão para o penhor que ratifica uma promessa.
A partir do século IX a Igreja cristã adotou a aliança como símbolo de fidelidade entre os cônjuges.
Muitas são as crenças que cercam a Aliança. Em algumas regiões da Escócia acreditava-se que se a mulher perdesse o anel de casamento poderia perder também seu marido.
Algumas culturas acreditam que se durante a cerimônia de casamento o anel cai no chão e rola para longe do casal representa um mau presságio; se o anel parar sobre uma pedra de túmulo (nas antigas igrejas era costume sepultar pessoas em seu interior) um dos cônjuges corre forte risco de morte prematura.
.....É, quanta história num Anel.....

(*) Márcia Pompei - Designer de jóias e professora de joalheria e especializaçõesno Atelier Márcia Pompei



Nenhum comentário: